Hannah Arendt
Hannah Arendt (1096-1975)
Se não fôssemos perdoados, eximidos das consequências daquilo que fizemos, a nossa capacidade de agir ficaria por assim dizer limitada a um único ato do qual jamais nos recuperaríamos; seríamos para sempre as vítimas das suas consequências, à semelhança do aprendiz de feiticeiro que não dispunha da fórmula mágica para desfazer o feitiço. Se não nos obrigássemos a cumprir as nossas promessas não seríamos capazes de conservar a nossa identidade; estaríamos condenados a errar desamparados e desnorteados nas trevas do coração de cada homem, enredados nas suas contradições e equívocos - trevas que só a luz derramada na esfera pública pela presença de outros que confirmam a identidade entre o que promete e o que cumpre poderia dissipar. Ambas as faculdades, portanto, dependem da pluralidade; na solidão e no isolamento, o perdão e a promessa não chegam a se constituir em realidade - são no máximo um papel que a pessoa encena para si mesma.
In 'A Condição Humana'
Um comentário:
Alô Nice..Adorei seu Blog! Que saudades de vocês todos....
Descobri você, quando pesquisava sobre hannah arendt.
Um Beijo Grande para você e todas as amigas e amigos da ABCMI.
Ah..eu sou a Ana-Paula que esteve lá em Espirito Santo com vocês
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